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2013, tks!

31 Dez

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Um bom 2014 pra gente, desejo do fundo do meu coração ter os olhos da alma abertos para ver “la poesie da la vie”, que Edgar Morin tão docemente compartilha conosco neste vídeo de Fronteiras do Pensamento

Este foi um ano de grande crescimento espiritual para mim, não sei se é cármico ou por ser de capricórni0, mas sempre tive uma tendência a dar mais importância do a maioria das pessoas para os momentos difíceis, não consigo deixar passar ou escapar, faço questão de entender e isso dói, dói pra caramba.

Mas acho que agora, comecei a compreender que o sofrimento transforma, sem os momentos difíceis o espírito não tem oportunidade de mostrar sua grandeza e se por a prova, é como um grande gladiador sem desafios…

Por isso, agradeço até mesmo os perrengues que passei em 2013, despertaram algo de mais forte em mim e espero que isso continue em 2014.

Que venham as tempestades…estou pronta para esperar que elas passem e o sol possa se por silenciosamente, é assim que os grandes espetáculos (e atitudes) acontecem: sem alardes. A beleza está em si e não precisa ser comunicada, é apenas percebida.

Este ano, passei  a valorizar meu desejo de ser feliz e minha sensibilidade, eu mereço! Quem não viu, esse vídeo do prof. Clóvis, sobre a Felicidade, fica aqui como retropec. também:

E por fim, o resumo do WordPress para o meu blog, que estava abandonadinho este ano… principalmente devido à dedicação ao BlogdeAi e ao DukanBrasil , mas este blog sou eu e sempre estará por aqui. 🙂

Here’s an excerpt:

The concert hall at the Sydney Opera House holds 2,700 people. This blog was viewed about 10,000 times in 2013. If it were a concert at Sydney Opera House, it would take about 4 sold-out performances for that many people to see it.

Click here to see the complete report.

A manteiga do cacau ou “do the evolution”

19 Maio


Esse post é para registrar várias coisas que tenho pensado nos últimos tempos, é um post doidinho, meio bagunçado, meio misturando coisas, é para mim, para que eu possa organizar meus sentimentos em palavras e guardar ele por aqui…

Algumas vezes, quando o cansaço físico se junta ao mental, costumo sentir meu espírito se encolher…como se ele não concordasse com o ritmo e rumo que dou pra minha própria vida…

Costumo pensar em meus solitários olhares pelas janelas –  janela do ônibus em meus trajetos (casa.sp-trabalho-kungfu-casa.avare), janelas do meu apartamento – se o que tenho vivido da minha vida é realmente o que eu quero pro resto da dela…porque na verdade esse resto já começou faz um tempo, acontece agora, e existirá ainda por um tempo (talvez curto demais).

Aos meus 16 anos eu queria era fazer alguma coisa para mudar o rumo das coisas na Terra, sério, eu queria ao menos contribuir. Me cortava o coração estudar sobre como a Mata Atlântica havia sumido do mapa e qual era o destino inevitável de todas as matas do mundo. Naquela época eu queria fazer faculdade de Ecologia.

Fiz vários testes vocacionais  (era moda aquela época, ou talvez seja sempre pra quem tem 16 anos). Lembro que eles costumavam dizer que eu tinha que ser jornalista, na verdade os resultados eram genéricos…para uma menina que gostava de ler e não gostava de números, não lhe cabia muitas opções. Em um desses testes, o exercício era pegar várias revistas e trazer as coisas que mais chamassem atenção, uma das coisas que levei foi uma foto linda de uma arara.

Até procurei a foto exata, mas não achei..era uma arara vermelha clicada no exato momento que estava sendo picada por um mosquito da malária. Acabei sendo convencida de que o que me interessava era o ato de registrar uma foto daquelas e não o desenvolvimento de uma doença numa ave silvestre. Os argumentos lógicos me convenceram, embora meu coração sempre ficasse apertado por me ver incapaz de fazer algo útil por aquelas aves…

Não me tornei ecologista, nem jornalista. Sou bibliotecária e hoje trabalho onde precisa-se de trabalho, teria sido assim, não importa qual faculdade eu tivesse feito. Eu gosto do que faço, não é essa a questão, só me sinto às vezes engolida pelo sistema. Completamente integrada ao emaranhado da realidade contemporânea…perfeitamente encaixada. Um encaixe tão perfeito que chega a incomodar.

Conversando com uma amiga esses dias ela achou o máximo quando eu disse “Se eu não trabalhasse, precisaria de menos dinheiro do que preciso”, uma conclusão óbvia, é preciso muito dinheiro  para se manter trabalhando…. ter, vestir-se, comer, estudar, morar, locomover-se, necessidade que seriam diferentes, se não trabalhássemos.

Passei pra ela um vídeo que assisti esses dias “A história das coisas”. Achei ótimo. Exatamente a inquietação que sinto ao consumir, por exemplo, uma MANTEIGA DE CACAU… Quantas coisas, pessoas, processos e produtos para que eu possa usar uma manteiga de cacau, um batom diferente pra proteger do frio…já perdi conta de quantas manteigas de cacau já tive na vida…o que acontece com todas essas embalagens? Esse cacau que usei fez falta em algum lugar?

Esse post pode parecer sem nexo…são apenas meus sentimentos de desencaixe do mundo e da maneira como ele funciona. Faço parte do sistema, contribuo para que ele continue sendo como é. Mesmo assim, desejo fazer o mínimo para que as coisas sejam diferentes, ou ao menos deixar que meu espírito expresse sua insatisfação com o mundo, as coisas e as pessoas (inclusive eu mesma).

Um outro vídeo que me chamou a atenção foi este “Children see, children do“, genial. Qualquer ser humano, de qualquer parte do planeta pode ver e entender.

Será que vivemos de acordo com o que queremos? Será que nossas ações condizem com que acreditamos? Eu tenho minhas dúvidas à respeito, as vezes me sinto fora do lugar…

Não…eu não quero comprar outro óculos de sol, só porque o meu é do ano retrasado, não quero definitivamente passar por cima dos meus princípios e da minha saúde para ganhar mais dinheiro. Não quero conviver com gente de energia ruim…e sempre que tiver opções, tentarei viver de acordo com isso.

A imagem do começo do post é do clipe da música Do the evolution, do Pearl Jam

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Por último…um vídeo de uma professora justificando uma greve, lá no Rio Grande do Norte. O que tem isso tem a ver com você?

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Atualização[Fev.2012]:

Tive conhecimento de uma teoria altamente conspiratória, mas ao mesmo tempo bem lógica se pararmos para pensar, a “Obsolescência programada” ou a de que tudo que é produzido já é produzido com data para acabar.

Além de sermos influenciados pela moda e pela mídia para que continuemos sempre comprando, talvez seja até mesmo uma feature do produto ser algo com fim determinado.

Para mais detalhes http://blogs.estadao.com.br/link/programado-para-morrer-2/

Como escolher?

17 Dez

Esse post vai ficar  em Bibliotequices, mas ele se encaixaria em outros lugares também, pois vou falar das escolhas, melhor ainda, de como é complicado escolher quando se têm muitas opções.

A ideia veio de uma da palestra “Arquitetura da Escolha“, apresentada no 4ºEbai (Encontro Brasileiro de Arquitetura de Informação) que aconteceu em São Paulo em novembro passado, apresentada pelo Feliphe Lavor, um garoto pra lá de esperto e que sempre contribuiu para firmar o conhecimento nessa nossa tão nova área. (Até peço desculpas, Feliphe…porque eu vou viajar)

Vale a pena conferir essa apresentação e outras dele, vou dizer só o que ficou de tudo isso em mim e nos meus pensamentos, tanto pra coisa boba do dia até no meu modus operandi arquitetônio (inclusivewirefrâmico, enfim…).

Lá ele fala que o temos dois tipos diferentes de processar a informação, um Sistema Reflexivo que é movido pelo nosso lado racional e ou otro Sistema Automático que é o que está ligado o tempo todo e age de forma automática, se aproxima do que chamamos de “Intuição. (não concordei muito com os nomes dos sistemas, mas o conceito é bem interessante.)

Na hora de tomar decisões entram no jogo ainda outros fatores, chamados “desvios cognitivos”.

Os desvios do Sistem Reflexivo se referem, no meu ver, à cálculos mesmo que fazemos – a disponibilidade da coisa, a frequência que ela aconteceu, padrões que conhecemos e coisas parecidas com a qual fazemos paralelos ou aquela sensação de que vamos acabar ficando no prejuízo.  No caso do Sistema Automático, são nossas experiências, o contexto social, informação da ação coletiva, a sensação de estarmos sendo pressionados ou observados que interferem nas nossas escolhas.

A Arquitetura da Escolha, ou como guiar esse processo seria representada por 8 tipos de ações

  • Estímulos – dicas que podem levar a uma determinada escolha.
  • Mapeamento das opções – Disponibilizar as opções de forma que seja possível compará-las.
  • Opção Padrão – Economiza tempo  considerando a inércia natural da maioria das pessoas
  • Feedback – informando se foi ou não uma boa escolha
  • Prever erros – o exemplo que ele usou foi a cartela de pílula anticoncepcional que ja vem com os dias da semana
  • Afunilamento de opções – Esse eu achei muito interessante, quando se tem muitas opções, as escolhas podem ser feitas por estágios, o que facilita muito a tomada de decisão.
  • Recomendações – Também é um tipo de dicas, mas mais direta, informando sobre essas opções.
  • Reversibilidade – Essa é possível tecnologicamente falando, mas além de possível, considero imprescindivel, tem coisa pior que não poder “desfazer”?

Depois o Feliphe continua falando do case que ele levou ao EBAI, que era sobre escolha de planos de saúde.

O post ficou um pouco longo, mas vou falar agora o que disso tudo ficou fervilhando na minha cabeça.

Realmente, na hora de pensar a arquitetura de um site, o mínimo que podemos fazer é que as pessoas tenham consciência das opções que têm sobre determinado produto. Não é nada legal induzir uma decisão, ainda que isso seja feito e muito, particularmente, na minha formação como bibliotecária, acho um crime.

Bibliotecários as vezes pecam pelo excesso…queremos que as pessoasa saibam TUDO que foi escrito sobre aquele assunto, depois de um tempo você aprende a ler seu usuário e seu acervo de uma maneira que ofereça as opções que chegam mais perto daquilo que ele deseja, mas faz parte informá-los de que existem ainda outras possibilidades.

Mas voltando para internet, onde as informações são em volume vertiginoso, é preciso um cuidado maior com o tempo do seu usuário. A arquitetura da escolha é uma ótima saída, segmentar as opções saindo da categoria maior e afunilando para as menores é uma boa para melhorar a experiência da pessoa que está ali para fazer um pagamento, comprar uma panela, ou cadastrar um currículo.

Claro que tomar decisões vai muito além de emprestar um livro numa biblioteca ou de fazer seleções para montar sua casa perfeita na internet.

Clichêzinho agora…todos os dias temos que tomar decisões e todas as nossas escolhas mudam o que somos e tudo aquilo vivemos agora e viveremos um dia, e na vida não tem o botão “Desfazer” ou “Voltar”. Para tanto, é bom termos consciência que temos dois sistemas diferente agindo dentro de nós, e que muitas vezes podemos estar fazendo uma escolha no botão automático, seguindo padrões e escolhas de outras pessoas que já foram feitas milhões de vezes e nem nos damos conta.

Para que nossa vida seja diferente e seja realmente nossa, as nossas escolhas precisam ser assim também. Fica a dica pra parar pra pensar mesmo se estamos realmente fazendo uma escolha ou apenas selecionando uma opção.

——————post do post ———————————————————————————–

Segue um bom link : UXMyth #29: People are rational : muita coisa tem na apresentação do Lavor, traduzida, mas no final tem mais algumas referencias e questões bem legais para se pensar!