Tag Archives: classificação

Usabilidade, Experiência do Usuário e meu problema com Estojos de Maquiagem da Avon

18 Jan

Hoje estou aqui para falar como Arquiteta de Informação e como Consumidora de maquiagem.

Acontece que uma das nossas disciplinas é a de UX (User Experience) ou Experiência do Usuário:

“Experiência do Usuário engloba todos os aspectos de um produto ou serviço. Começa no momento em que o consumidor ficou sabendo que aquele produto ou serviço existe, passa pela busca de informação, compra, recebimento, utilização inicial e rotineira, suporte, e chega até o fim da vida útil daquele produto ou serviço. Uma boa experiência do usuário é tão importante para o sucesso de sites, intranets e outros sistemas interativos quanto ter funcionalidades úteis, um bom design e visual atraente.”

(definição da Mercede Sanchez que mantém também o blog “Tá difícil“)

Usamos os termos UX (Usabilidade) para sites, serviços web, funcionalidades mobile, mas na verdade é um conceito que serve para qualquer produto e mesmo serviço oferecido para as pessoas.

Hoje venho expor meu problema com os potinhos de maquiagem da linha Avon, que eu uso a pelo menos 7 anos.

Navegando hoje no site descobri que é complicado também descobrir o nome de uma coleção de maquiagem, ainda que seja boa a apresentação dos produtos (não tentei comprar nada).

Não vou discutir a qualidade, são bons e possuem um preço acessível, tanto que essa é uma marca bastante popular.

O fato é que, ao comprar uma base, dois conjuntos de sombras, um blush e pó de uma mesma coleção (…)

De repente você estará com 5 potes pretos identicos por fora:

Como saber qual deles está nas mãos???

1 – abrindo um por um para ver o que tem lá dentro

2 –  lendo as letrinhas brancas pequenas que ficam do lado de trás (eu enxergo bem e tenho dificuldade para ler, pois elas se desgastam rápido e vão ficando apagadas).

É possível criar soluções caseiras também, tipo colocar adesivos coloridos ou pintar o estojo para diferenciar uma sombra da outra (como algumas manicures fazem ao pintar a tampa dos esmaltes com a cor dele), você pode manter cada pote sempre no mesmo lugar, pode simplesmente arrancar a tampa do seu potinho (…) enfim….eu não uso nenhuma dessas, apenas as duas opções lá de cima.

O problema que parece bobo, se agrava…como eu tenho uma irmã que usa a mesma linha, e tenho duas casas (SP e casa da mamis nos fds), estou sempre carregando os estojos pra lá e pra cá…perdi a conta de quantas vezes levei o estojinho dela e deixei o meu lá, vindo embora com duas sombras e nenhuma base.

Recentemente vi que ela estava com duas sombras iguais, deve ser porque ficou sem quando eu levei embora e ai comprou outra. Eu já a vi reclamando também desses lindos potinhos estojinhos,  e aí resolvi escrever esse post.

Como Avon é uma marca popular, imagine, quantas como eu viajam com seus potinhos pra lá e pra cá, quantas usam o tempo nos transportes públicos (ou mesmo dirigindo no trânsito) para se maquiar, na correria e aí precisam ficar se virando pra saber qual pote estojo é qual.

Acredito que as tiazinhas e queridonas que tem várias e várias maquiagens importadas não tenham esse problema, provavelmente elas nem tenham que se maquiar, ou então tem tempo de sobra pra essa atividade. Aqui tem um link de uma moça que explica como faz para se maquiar no trânsito, e a foto de uma outra.

Avon, e demais fornecedores, é um detalhe tão pequeno, certo? Mas vocês oferecem um sério problema de usabilidade à nós, suas consumidoras, e com certeza, a nossa experiência, suas usuárias, poderia ser outra caso pensassem um pouquinho em quem usa, como usa e se usa mais de um de seus produtos.

As soluções são simples, poderia ter uma tampa de estojo com detalhe transparente (pronto, consigo ver o que tem lá dentro), as embalagens poderiam ter alguma diferenciação em cores, o estojo inteiro, ou apenas uma fitinha lateral relacionando a cor ao produto (pronto, consigo saber o que tem lá dentro de novo :D) e aí ficaria todo mundo feliz.

Na arquitetura, poderíamos tratar este com um problema sério de rotulação ou mesmo de como o design pode afetar o modo como a informação é transmitida, mas fico por aqui, dando apenas um exemplo do que é usabilidade e experiência do usuário  e de como ela é percebida.

Registrei esse post como sugestões no formulário do site da Avon e tuitei usando o arroba da Avon  @AvonBR, que acredito ser o oficial. Caso tenha algum retorno, publicarei aqui.

Se alguém tiver mais sugestões, mais problemas ou mais soluções com maquiagens, fique à vontade para comentar 😉 .

 

—————————-01 Fev 2011——————————

A Mercedez entrou em contato comigo, e postou lá no “Tá Difícil” este post. 🙂 Fiquei Feliz…vamos ver se agora a Avon diz algo…

Como escolher?

17 Dez

Esse post vai ficar  em Bibliotequices, mas ele se encaixaria em outros lugares também, pois vou falar das escolhas, melhor ainda, de como é complicado escolher quando se têm muitas opções.

A ideia veio de uma da palestra “Arquitetura da Escolha“, apresentada no 4ºEbai (Encontro Brasileiro de Arquitetura de Informação) que aconteceu em São Paulo em novembro passado, apresentada pelo Feliphe Lavor, um garoto pra lá de esperto e que sempre contribuiu para firmar o conhecimento nessa nossa tão nova área. (Até peço desculpas, Feliphe…porque eu vou viajar)

Vale a pena conferir essa apresentação e outras dele, vou dizer só o que ficou de tudo isso em mim e nos meus pensamentos, tanto pra coisa boba do dia até no meu modus operandi arquitetônio (inclusivewirefrâmico, enfim…).

Lá ele fala que o temos dois tipos diferentes de processar a informação, um Sistema Reflexivo que é movido pelo nosso lado racional e ou otro Sistema Automático que é o que está ligado o tempo todo e age de forma automática, se aproxima do que chamamos de “Intuição. (não concordei muito com os nomes dos sistemas, mas o conceito é bem interessante.)

Na hora de tomar decisões entram no jogo ainda outros fatores, chamados “desvios cognitivos”.

Os desvios do Sistem Reflexivo se referem, no meu ver, à cálculos mesmo que fazemos – a disponibilidade da coisa, a frequência que ela aconteceu, padrões que conhecemos e coisas parecidas com a qual fazemos paralelos ou aquela sensação de que vamos acabar ficando no prejuízo.  No caso do Sistema Automático, são nossas experiências, o contexto social, informação da ação coletiva, a sensação de estarmos sendo pressionados ou observados que interferem nas nossas escolhas.

A Arquitetura da Escolha, ou como guiar esse processo seria representada por 8 tipos de ações

  • Estímulos – dicas que podem levar a uma determinada escolha.
  • Mapeamento das opções – Disponibilizar as opções de forma que seja possível compará-las.
  • Opção Padrão – Economiza tempo  considerando a inércia natural da maioria das pessoas
  • Feedback – informando se foi ou não uma boa escolha
  • Prever erros – o exemplo que ele usou foi a cartela de pílula anticoncepcional que ja vem com os dias da semana
  • Afunilamento de opções – Esse eu achei muito interessante, quando se tem muitas opções, as escolhas podem ser feitas por estágios, o que facilita muito a tomada de decisão.
  • Recomendações – Também é um tipo de dicas, mas mais direta, informando sobre essas opções.
  • Reversibilidade – Essa é possível tecnologicamente falando, mas além de possível, considero imprescindivel, tem coisa pior que não poder “desfazer”?

Depois o Feliphe continua falando do case que ele levou ao EBAI, que era sobre escolha de planos de saúde.

O post ficou um pouco longo, mas vou falar agora o que disso tudo ficou fervilhando na minha cabeça.

Realmente, na hora de pensar a arquitetura de um site, o mínimo que podemos fazer é que as pessoas tenham consciência das opções que têm sobre determinado produto. Não é nada legal induzir uma decisão, ainda que isso seja feito e muito, particularmente, na minha formação como bibliotecária, acho um crime.

Bibliotecários as vezes pecam pelo excesso…queremos que as pessoasa saibam TUDO que foi escrito sobre aquele assunto, depois de um tempo você aprende a ler seu usuário e seu acervo de uma maneira que ofereça as opções que chegam mais perto daquilo que ele deseja, mas faz parte informá-los de que existem ainda outras possibilidades.

Mas voltando para internet, onde as informações são em volume vertiginoso, é preciso um cuidado maior com o tempo do seu usuário. A arquitetura da escolha é uma ótima saída, segmentar as opções saindo da categoria maior e afunilando para as menores é uma boa para melhorar a experiência da pessoa que está ali para fazer um pagamento, comprar uma panela, ou cadastrar um currículo.

Claro que tomar decisões vai muito além de emprestar um livro numa biblioteca ou de fazer seleções para montar sua casa perfeita na internet.

Clichêzinho agora…todos os dias temos que tomar decisões e todas as nossas escolhas mudam o que somos e tudo aquilo vivemos agora e viveremos um dia, e na vida não tem o botão “Desfazer” ou “Voltar”. Para tanto, é bom termos consciência que temos dois sistemas diferente agindo dentro de nós, e que muitas vezes podemos estar fazendo uma escolha no botão automático, seguindo padrões e escolhas de outras pessoas que já foram feitas milhões de vezes e nem nos damos conta.

Para que nossa vida seja diferente e seja realmente nossa, as nossas escolhas precisam ser assim também. Fica a dica pra parar pra pensar mesmo se estamos realmente fazendo uma escolha ou apenas selecionando uma opção.

——————post do post ———————————————————————————–

Segue um bom link : UXMyth #29: People are rational : muita coisa tem na apresentação do Lavor, traduzida, mas no final tem mais algumas referencias e questões bem legais para se pensar!

Amor vs. Medo – o que você sente?

17 Set



AMOR É INCONDICIONAL (medo é condicional)

AMOR É FORTE (medo é fraco)

AMOR DESPRENDE (medo obriga)

AMOR É RENDIÇÃO (medo amarra)

AMOR É HONESTO (medo engana)

AMOR CONFIA (medo suspeita)

AMOR PERMITE (medo ordena)

AMOR ENTREGA (medo detém)

AMOR PERDOA (medo acusa)

AMOR É COMPASSIVO (medo lamenta)

AMOR ESCOLHE (medo evita)

AMOR É BONDOSO (medo é cólera)

AMOR ACENDE (medo provoca)

AMOR APÓIA (medo reprova)

AMOR CRIA (medo nega)

AMOR CURA (medo fere)

AMOR É MAGIA (medo é superstição)

AMOR REVIGORA (medo exaure)

AMOR É ELIXIR (medo é veneno)

AMOR INSPIRA (medo preocupa-se)

AMOR DESEJA (medo inveja)

AMOR É SERENO (medo é nervoso)

AMOR É VALENTE (medo é receoso)

AMOR É DESEMBARAÇADO (medo é tenso)

AMOR É CEGO (medo condena)

AMOR RESPEITA (medo desconsidera)

AMOR ACOLHE (medo rejeita)

AMOR SONHA (medo conspira)

AMOR QUER BRINCA (medo precisa controlar)

AMOR SE DIVERTE (medo padece)

AMOR LIBERTA (medo aprisiona)

AMOR ACREDITA (medo desconfia)

AMOR QUER (medo necessita)


Fonte:

LOVE versus fear: what do you feel?

*Adaptação livre para o português do texto de Saran Nean Bruce, publicado no blog de Tiny Buddha.

Sigam o twitter ou facebook deles, é muito bom ;D.

Blog da Sarah.

Sou o que sou

17 Maio

“Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e
nela só tenho uma chance de fazer o que quero.


Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce

dificuldades para fazê-la forte,

Tristeza para fazê-la humana e

esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas,

elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.”

Clarice Lispector

Classificação

18 Mar

“Estou atrás do que fica atrás do pensamento.

Inútil querer me classificar: eu simplesmente escapulo.

Gênero não me pega mais.

Além do mais, a vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.

Entender é sempre limitado. As coisas não precisam mais fazer sentido.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido.

Eu não: quero é uma verdade inventada.

Porque no fundo a gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro.”

(Clarice Lispector)